“Todo o Sangue Voltará para Você.”

quinta-feira, 5 de setembro de 2013 |
Livro: Filhos do Éden: Anjos da Morte / Autor: Eduardo Spohr
   Editora: Verus / Número de páginas: 590

Desde eras longínquas, os malakins, anjos estudiosos e sábios, observam em silêncio o progresso do homem. Mas eis que chega o século XX, e com ele as armas modernas, a poluição das indústrias, afastando os mortais da natureza divina, alargando as fronteiras entre o nosso mundo e as sete camadas do céu.

Isolados no paraíso, incapazes agora de enxergar o planeta, esses anjos solicitaram a ajuda dos “exilados”, celestiais pacíficos, que havia anos atuavam na terra. Sua tarefa, a partir de então, seria participar das guerras humanas, de todas as guerras, para anotar as façanhas militares, os movimentos de tropas, e depois relatá-los a seus superiores alados.

Sob o disfarce de soldados comuns, esse grupo esteve presente desde as praias da Normandia aos campos de extermínio nazistas, das selvas da Indochina ao declínio da União Soviética. Embora muitos não desejassem matar, foi isso o que lhes foi ordenado, e o que infelizmente acabaram fazendo.

Repleto de batalhas épicas, magia negra e personagens fantásticos, Filhos do Éden: Anjos da Morte é também um inquietante relato sobre o nosso tempo, uma crítica à corrupção dos governos, aos massacres e extremismos, um alerta para o que nos tornamos e para o que ainda podemos no tornar.

Começamos o livro com uma apresentação, e logo na primeira linha temos: “POLVORA, NAPALM, SANGUE E LÁGRIMAS. SE ME PERGUNTASSEM EM POUCAS Palavras, eu diria que é disso que é feito este livro.” Realmente, essa é a “receita” de Anjos da Morte. A sim, para quem não sabe napalm são líquidos inflamáveis à base de gasolina.


Terminei a leitura de Anjos da Morte, e cara, é o melhor livro do Eduardo rsrsrs,  vocês vão dizer – Ah, você fala isso de todos os livros que tem sequência, que o segundo é melhor que o primeiro, o terceiro é melhor que seu antecessor e bla bla bla – Realmente, é uma coisa a se levar em consideração, mas esse livro é diferente dos outros escrito pelo Spohr, é mais maduro, e também, tem o fato de eu gostar muito de história, ainda mais essa parte do século XX.

A história te prende do início ao fim, fiquei num baita dilema, pois eu não queria parar de ler, mas também, não queria termina-lo. Enquanto lia, sentia que estava do lado dos personagens, quando a situação ficava tensa, eu também ficava, parecia que estava participando das guerras.

A narrativa se divide entre o passado de Denyel e o presente, no caso, a continuação de Herdeiros de Atlântida, isso me deixou um pouco nervoso no sentido positivo da coisa, porque sempre acontecia de terminar um capitulo que me deixava louco de curiosidade sobre o que aconteceria a seguir, aí no próximo, o foco mudava para outro tempo, personagens, e o mesmo ocorria com este capitulo.

As partes de ação são ótimas, inclusive teve uma em que o querubim estava enfrentando o Groll, e pode ser só uma coincidência, mas esse combate lembrou bastante uma luta de Os Cavaleiros do Zodíaco, em que o Seiya de Pégaso vence o Geki de Urso nas Guerras Galácticas.
Seiya x Geki 
No segundo livro da série Filhos do Éden, presenciamos todo o processo de “degradação” do Denyel, podemos sentir o seu sofrimento em ter que fazer coisas que vão contra os princípios básicos de sua casta. Num todo, o que nós vemos é a “transformação” do querubim em um humano.

- Não sente vertigem? - Curtis o cutucou.- Como?- Não tem medo de cair? - apontou o polegar para baixo.- Não - Denyel exibiu uma garrafinha de Bourbon, que trazia atrelada ao colete. - Tônico da coragem.- Como consegue?- Consigo o quê, tenente?- Beber como um gambá e nunca ficar bêbado?- Impressão sua, chefe - Ele esvaziou o recipiente com um só gole - Na realidade, eu nunca fico sóbrio. (Pag. 260)

Falando dos personagens, além do Denyel, eu gostei muito do Zac e do Craig, o primeiro é um ofanim na forma de um labrador, ele tem um jeito simples, não julga ninguém. Na realidade, eu gostei dos ofanins, eles são o que chamamos de anjos da guarda, essa coisa de não julgar e sempre aconselhar são características da casta. Já o segundo é o humano mais próximo de um querubim, pois as suas características são extremamente parecidas com as da casta em questão. Craig teve um “final” épico, não imaginava forma melhor.
Ilustrações: André Ramos (Amigo Imaginário)

- Caí sobre o platô, dá pra acreditar? - Craig surgiu das trevas, o cano da Thompson soltando fumaça - Sou o filho da puta mais sortudo do texas, nasci de novo, decerto... (Pag. 197)

Assim como no volume anterior, este também tem um apêndice, lá encontramos uma nota histórica, ele explica o que é ficção e o que é realidade na história. Também tem um playlist, com pequenos comentários sobre as músicas. Por fim tem a linha do tempo e um glossário.

É isso ai galera! Vou parando por aqui, pois não quero ficar soltando spoiler, ainda mais desse livro, é um CRIME! rsrs. Enfim, espero que tenham gostado, comentários são sempre bem vindos. Agora é esperar por Paraíso Perdido, terceiro livro da série Filhos do Éden.

Se deseja conhecer um pouco sobre Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida, clica aqui.

10 comentários:

  1. Comprei o primeiro volume e o segundo, ansioso para quando eles chegarem!!!! Hahahaha.

    Abraço.
    http://partedeminhahistoria.blogspot.com.br/2013/09/resenha-o-heroi-perdido.html

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    1. Tenho certeza que você irá gostar dos livros, é muito legal !

      Abrs

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  2. Eu nunca tinha ouvido falar nesse livro, mas pelo que você escreveu ele é ótimo! Amo quando o autor consegue misturar realidade com ficção e ainda envolver seres sobrenaturais, que no caso são anjos!! Parabéns pela postagem e o livro está na minha lista de leitura!!

    Abrs!
    www.utopiaquimera.blogspot.com

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    1. Muito obrigado cara, fico feliz que tenha gostado da resenha. Tenho certeza que você irá adorar o livro!

      Abrs!

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  3. Quero muito ler Filhos do Éden!! Li aBdA e fiquei doida com a maneira como Spohr escreve!! Dá orgulho ver que ainda existem ótimos escritores nacionais!!

    Beijos.
    http://cafecomlivroo.blogspot.com.br

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    1. Com certeza é muito bom saber que temos ótimos escritores nacionais, como o Spohr, Solano, Draccon, Vianco e outros.

      Beijos.

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